Dia 18 de abril, o Grupo de Forcados Amadores de Monforte teve a corrida de abertura desta época em Sousel!
Os cavaleiros Gonçalo Fernandes, Marcelo Mendes e Ana Rita lidaram 6 bonitos toiros da Ganadaria Palha.
Em Praça estiveram também o Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo e de Arronches.
Aos nossos touros foram feitas as lides pela cavaleira Ana Rita.
O nosso Cabo escolheu o Gonçalo Parreira para o caras do primeiro touro, que consumou a pega à segunda tentativa. Nesta pega ajudaram o Dinis Pacheco na 1ª ajuda, Pedro Carrilho e Ricardo Gonçalez nas 2ªas, Carlos Silva a rabejar, e Roberto Geadas, Henrique Pinheiro e André Russo nas 3ªas.
Para encerrar este dia, o Nuno escolheu o João Franjoso para a segunda pega, sendo que apenas à quarta tentativa se consumou a pega.
Para ajudas teve Ricardo Gonçalez na 1ªajuda, Augusto Maldonado e Carlos Unas nas 2ªas, Carlos Silva a rabejar, e Luís Martins, Henrique Pinheiro e André Russo nas 3ªas.
Entrevista ao Cabo fundador do nosso Grupo, Paulo Freire:
Como viu o touro que calhou ao Gonçalo e o que achou das pegas?
“O toiro do Gonçalo era um toiro sério, cara anta e bem montado à frente, um toiro que não humilhava e que tinha uma entrada dura, com força.
O Gonçalo na primeira tentativa foi literalmente atropelado, mas com calma e tranquilidade foi consumada a pega á segunda tentativa, estando ele muito bem com o toiro, com uma entrada dura na mesma mas com a primeira ajuda mais carregada conseguiram entre os dois consumar a pega.
O Dinis esteve enorme como sempre e o grupo fechou muito bem especialmente das terceiras ajudas.
Boa pega.”
Como viu o touro que foi atribuído ao João e o que achou das pegas?
“O toiro do João com muito menos peso, mas não era um touro fácil, era chato quando metia a cara e como não tinha poder defendia-se a meter o corno e a fazer estranhos em frente ao forcado.
O João quanto a mim, poderia tê-lo pegado à primeira se tivesse recuado e toureado o toiro que era precisamente o que ele precisava. Há touros que se podem pegar de estaca, mas há outros que têm que ser toureados, são leituras que se vão adquirindo ao longo da carreira, gostei da atitude do João, mostrou grande vontade.
O primeira ajuda, Ricardo Gonçalez subiu na quarta tentativa e bem para se concretizar a pega com o grupo e a ajudar bem.”
O rabejador teve bem no que toca a finalização da pega.
Gostei muito de ver a atuação do grupo e a postura do Cabo Nuno Toureiro.”
Como viu o grupo em si nesta tarde?
“Na realidade os toiros mais chatos calharam ao Grupo de Monforte, mas superámos muito bem, na conjuntura geral foi uma tarde de boas atuações, grupo muito unido e forte.
Durante o jantar, o cabo deu a palavra a algumas pessoas para uma breve sinopse acerca da corrida.
“Gosto de vocês, tenho grandes amigos aqui, e vocês são uma grande família! Estiveram unidos e não foi uma tarde fácil.”
Francisco Araújo “Fazé”
“Saí da praça contente porque apesar de tudo, mostrámos postura, coesão e acima de tudo, que somos amigos dentro de praça, e estamos a mostrar aqui que também o somos fora dela!”
Nuno Toureiro
“Nós hoje tivemos aqui uma corrida com os priveligiados de Palha! Desde já um obrigado ao Nuno por me teres dado aquele touro, sabia que não ia ser fácil! Estava cheinho de medo! Mas pus na cabeça que tinha que ter mais do dobro de vontade do que de medo!
Esta tarde também houve uma coisa que me arrepiou, o João quando pediu o segundo touro, e a maneira como ele pediu, é isso que é o Grupo de Monforte, é raça, é valor!”
Gonçalo Parreira
“Nuno, és o meu terceiro cabo, temos um cabo com a postura e com a filosofia que queremos, é darmos tudo pelo cabo e pelo grupo! Se for sempre assim, muitos triunfos nos esperam!”
Dinis Pacheco
“Antes de mais, peço desculpa ao Cabo e ao Grupo porque não estive nos meus melhores dias, confesso. Queria ter pegado o touro á primeira tentativa e não consegui, mas hei-de continuar e quero ir lá várias vezes. Tentei dar o meu melhor mas não foi possível portanto, irei esperar a minha próxima oportunidade!”
João Franjoso
“João, qualquer homem que se mete á frente de um touro tem muito valor, independentemente do que aconteça, porque isto não é fácil. Eu hoje estava fora de praça e senti-me orgulhoso pela maneira como te levantas-te em cada tentativa.”
João Maria Falcão
“Estou muito orgulhosa de vocês e também já cá ando há muitos anos, ainda que não dentro da praça! Mas costumo dizer que fora da praça também visto uma jaqueta e sou muito corajosa e valente como vocês.
O Gonçalo disse uma coisa que para mim teve todo o valor “Estava cheinho de medo”. Todos nós temos medo e não temos que ter receio de dizê-lo, porque os corajosos são aqueles que como todos vocês, têm medo mas vão lá e fazem acontecer.
Para mim hoje foi uma grande tarde, estava nas bancadas e o que vi foi um grupo de amigos, extremamente unidos que caíram mas levantaram-se. E cair é fácil, levantar é que não!
Quem cai e se levanta tem todo o mérito.
Muita sorte para esta época!”
Ana Branco